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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Tailândia se soma a onda de processos contra soldados de Israel por crimes em Gaza

Soldados israelenses montam guarda durante visita da imprensa ao sul do Líbano, nos arredores de Naqoura, em 13 de outubro de 2024 [Amir Levy/Getty Images]

A Fundação Hind Rajab (HRF) registrou uma denúncia em uma corte da Tailândia contra um soldado israelense, acusado de crimes de guerra em Gaza, que está no país como turista, confirmou um documento emitido nesta segunda-feira (6) pelo Departamento de Pesquisa do Ministério de Assuntos da Diáspora de Israel.

O documento nota que a HRF está por trás de uma onda de processos contra soldados israelenses que serviram em Gaza, implicados em violações.

A fundação recorreu a um escritório de advocacia local especializado na lei humanitária internacional e nas normas e regras que regem conflitos.

A Fundação Hind Rajab — batizada em homenagem a uma menina palestina morta por Israel em Gaza — registrou também um processo no Brasil, que incorreu em uma determinação da justiça para investigar um soldado que visitava a Bahia.

Desde então, contudo, Yuval Vagdani, soldado que gravou a si mesmo demolindo blocos residenciais, fugiu à Argentina, com assistência da embaixada israelense — ação que configura obstrução da Justiça, conforme dolo para encobrir crimes de guerra.

Também nesta segunda-feira, mais de 600 advogados chilenos pediram a prisão de outro soldado israelense que passava férias na Patagônia.

A fundação registrou 28 processos em oito países contra soldados israelenses, até o momento, levando o regime colonial a auxiliar a fuga de ao menos cinco países estrangeiros, em potencial violação de termos diplomáticos e soberania.

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A fundação surgiu em Bruxelas como uma ong, em setembro último, para compilar informações de soldados israelenses de suas próprias redes sociais, onde compartilham declarações de dolo e mensagens racistas e desumanizantes.

O inquérito brasileiro — realizado agora in absentia — representa a primeira vez que um Estado signatário do Estatuto de Roma aplica diretamente disposições legais sem determinação direta do Tribunal Penal Internacional (TPI).

Segundo o documento da pasta israelense, a HRF encaminhou as informações ao TPI, a serem somadas nos processos contra mais de mil indivíduos, incluindo oficiais e lideranças, envolvidos no genocídio em Gaza e na invasão do Líbano.

A iniciativa pode incorrer em novos mandados de prisão da corte, para além dos já emitidos contra o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e seu ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant.

Israel mantém ataques a Gaza desde outubro de 2023, com ao menos 45.800 mortos, 109 mil feridos e dois milhões de desabrigados sob sítio absoluto. Entre as fatalidades, cerca de 17.500 são crianças.

As ações israelenses são investigadas como genocídio pelo Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), em Haia, sob denúncia sul-africana deferida há um ano.

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