O exército da ocupação israelense admitiu nesta segunda-feira (6) que suas forças recorreram a uma ambulância para se infiltrar no campo de refugiados de Balata, perto de Nablus, no norte da Cisjordânia ocupada.
Um rapaz e uma senhora foram mortos pelos disparos indiscriminados das tropas israelenses. O exército alegou investigar.
No domingo (5), palestinos compartilharam vídeos de uma câmera de uma loja que flagrou soldados israelenses saindo de uma ambulância no coração de Balata e atirando contra transeuntes.
Após as imagens viralizarem, o exército israelense emitiu uma nota ao jornal em hebraico Yedioth Ahronoth insistindo na tese de que age de acordo com o direito internacional, apesar das denúncias que tomaram as cortes globais no contexto do genocídio em Gaza.
Segundo o comunicado colonial, “a investigação deve examinar o uso de veículos mostrados no vídeo e as alegações [sic] de que indivíduos não-envolvidos foram feridos durante a troca de disparos com os terroristas [sic]”.
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O vídeo é de 19 de dezembro de 2024 e coincide com uma operação israelense no campo. No mesmo dia, palestinos confirmaram a morte de dois residentes, incluindo uma senhora de 80 anos de idade.
Ataques de soldados e colonos ilegais israelenses nos territórios ocupados da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental, incluindo pogroms, se intensificaram no contexto do genocídio em Gaza, desde outubro de 2023.
No enclave, são 45.800 mortos, 109 mil feridos e dois milhões de desabrigados sob sítio absoluto. Entre as fatalidades, cerca de 17.500 são crianças.
Na Cisjordânia, são cerca de 837 mortos, 6.700 feridos e 11 mil presos arbitrariamente, sob campanha de massa que dobrou a população carcerária palestina.
As ações israelenses em Gaza são investigadas como genocídio pelo Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), com sede em Haia, sob denúncia sul-africana deferida há um ano.
Em julho de 2024, a mesma corte reconheceu como ilegal a ocupação israelense de décadas nos territórios de 1967, ao ordenar evacuação imediata de colonos e soldados e reparações aos nativos.
A determinação consultiva, em setembro, evoluiu a resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas, como voto favorável de mais de dois terços dos Estados-membros e prazo de um ano para ser implementada.
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