O exército israelense mantém ataques sistemáticos e deliberados contra equipes médicas palestinas no contexto do genocídio em Gaza, desde 7 de outubro de 2023, com ao menos 1.056 mortos e 350 detidos dentre a categoria, advertiu nesta segunda-feira (6) a Sociedade do Crescente Vermelho da Palestina.
Em nota, Bashar Murad, direto do programa de saúde do Crescente Vermelho, denunciou Israel por graves violações contra trabalhadores de saúde na Faixa de Gaza e na Cisjordânia, incluindo paramédicos, socorristas, ambulâncias e hospitais.
Conforme o comunicado, o exército ocupante alvejou deliberadamente quatro repartições do Crescente Vermelho em Gaza, com danos substanciais, incluindo Jabalia, no norte, completamente destruída.
Murad reiterou que o complexo Al-Amal, maior centro de cuidados do Crescente Vermelho na Cidade de Gaza, também foi atacado, deixando 47 palestinos mortos entre médicos e paramédicos, além de refugiados abrigados no local.
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Cerca de 80% das capacidades do Crescente Vermelho em Gaza foram destruídas, estimou Murad, embora a organização — filiada à Cruz Vermelha — seja protegida pelo direito humanitário internacional em zonas de guerra e conflito.
Trinta e dois funcionários do Crescente Vermelho foram mortos pelo exército israelense, acrescentou, a maioria deles alvejado direta e deliberadamente em serviço.
Israel mantém ataques a Gaza desde 7 de outubro de 2023, com mais de 45 mil mortos e 109 mil feridos, além de dois milhões de desabrigados sob cerco absoluto — sem comida, água, energia elétrica e sequer medicamentos.
As ações israelenses seguem em desacato de medidas cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, onde o Estado colonial é réu por genocídio sob denúncia sul-africana deferida em janeiro de 2024.
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