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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Soldados de Israel devem estar alertas a prisões no exterior, aponta ex-ministro

Soldados de Israel hasteiam bandeira perto da fronteira com Gaza, em 5 de dezembro de 2024 [Amir Levy/Getty Images]

Membros do exército israelense devem estar alertas sobre a possibilidade de serem presos enquanto viajam ao exterior, por conta da campanha militar em Gaza, reconheceu nesta terça-feira (7) o ex-ministro da Defesa Moshe Ya’alon.

“Soldados no exterior devem se preocupar, pois podem enfrentar prisão”, disse o político e general israelense.

Ya’alon observou ainda que cessar a publicação de vídeos de dentro de Gaza não deve ajudar, à medida que membros do governo mantêm declarações que exortam o deslocamento da população árabe.

O alerta sucede uma série de processos internacionais registrados pela Fundação Hind Rajab (HRF), contra oficiais israelenses acusados de crimes de guerra, conforme evidências registradas pelos próprios soldados em campo.

Ainda nesta terça, um tribunal na Argentina recebeu uma queixa legal contra Yuval Vagdani, soldado israelense que fugiu do Brasil no domingo (5), após o Ministério Público determinar investigação contra ele, sob denúncia da HRF.

LEIA: Após fugir do Brasil, soldado israelense enfrenta processo na Argentina

A fuga se deu sob assistência da embaixada de Israel, ação que configura obstrução da Justiça, conforme dolo em encobrir os crimes conduzidos em Gaza.

Evidências apresentadas incluem gravações em vídeos, dados de geolocalização e fotografias nas quais o suspeito planta explosivos em bairros civis.

Em um dos vídeos, publicados nas redes sociais, diz Vagdani: “Que possamos continuar destruindo e esmagando este lugar imundo, sem parar, até os seus alicerces”.

A fundação surgiu em Bruxelas como uma ong, em setembro último, para compilar informações de soldados israelenses de suas próprias redes sociais, onde compartilham declarações de dolo e mensagens racistas e desumanizantes.

A fundação registrou 28 processos em oito países contra soldados israelenses, até o momento, levando o regime colonial a auxiliar a fuga de ao menos cinco países estrangeiros, em potencial violação de termos diplomáticos e soberania.

LEIA: Justiça brasileira investiga soldado israelense; sionistas ameaçam advogada

O inquérito brasileiro — realizado agora in absentia — representa a primeira vez que um Estado signatário do Estatuto de Roma aplica diretamente disposições legais sem determinação direta do Tribunal Penal Internacional (TPI).

Os esforços da fundação podem incorrer em novos mandados de prisão emitidos por Haia, para além da decisão de novembro contra o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, e seu ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant.

Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde outubro de 2023, com 45.800 mortos, 109 mil feridos e dois milhões de desabrigados sob sítio absoluto — sem comida, água ou medicamentos. Entre as fatalidades, cerca de 17.500 são crianças.

As ações israelenses são também investigadas como genocídio pelo Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), em Haia, sob denúncia sul-africana deferida há um ano.

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