As crianças sírias continuam sofrendo o impacto brutal de munições não detonadas (UXO, na sigla usual em inglês) em uma taxa alarmante, disse a Agência das Nações Unidas para a Infância, UNICEF, na terça-feira, destacando que somente em dezembro, recebeu relatos de 116 crianças mortas ou mutiladas por elas — quase quatro por dia, em média.
“Nos últimos 9 anos, pelo menos 422.000 incidentes de UXO foram relatados em 14 províncias em todo o país, com metade deles estimados como tendo terminado tragicamente em vítimas infantis. Crianças em todos os cantos da Síria correm o risco dessa ameaça crescente, mas muitas vezes invisível e mortal”, disse o gerente de comunicação da UNICEF, Ricardo Pires, por meio de um link de vídeo, em uma coletiva de imprensa da ONU.
“Só no mês de dezembro do ano passado, a UNICEF documentou 116 crianças mortas ou mutiladas por bombas que não explodiram quando usadas, uma média de quase quatro por dia. Acredita-se que isso seja uma subestimação devido à fluidez da situação humanitária no local”, disse Pires.
O deslocamento renovado só aumenta esse risco, disse Pires, observando que, desde 27 de novembro de 2024, mais de um quarto de milhão de crianças foram forçadas a fugir de suas casas por causa do conflito crescente.
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