Ministros israelenses expressaram apoio no domingo (26) a uma proposta do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de “limpar” a Faixa de Gaza e reassentar os palestinos ao Egito e à Jordânia, reportou a agência de notícias Anadolu.
“Após 76 anos durante os quais a maioria da população de Gaza foi mantida em condições duras, para preservar sua aspiração de destruir o Estado de Israel, a ideia de ajudá-los a encontrar novos lugares para que recomecem vidas é uma excelente ideia”, declarou o ministro das Finanças e militante colonial, Bezalel Smotrich.
“Trabalharemos com o primeiro-ministro [Benjamin Netanyahu] e seu gabinete para desenvolver um plano operacional a ser implementado o mais breve possível”, reiterou.
O ex-ministro de Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, chefe do partido supremacista Otzma Yehudit (Poder Judeu), também expressou seu apoio ao plano: “Saúdo o presidente Trump pela iniciativa de transferir os residentes de Gaza a Jordânia e Egito”.
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“Uma de nossas demandas ao premiê é promover a emigração voluntária [sic]”, acrescentou no Twitter (X). “Quando o presidente da maior superpotência do mundo traz pessoalmente essa ideia, vale ao governo de Israel implementá-la — emigração já!”.
Ao descrever Gaza como um “sítio de demolições”, Trump sugeriu no sábado (25) “somente limpar” o enclave e reassentar os palestinos a países árabes. Trata-se de crime de limpeza étnica e transferência compulsória, equivalente a genocídio.
A proposta sucede um acordo de cessar-fogo em Gaza que entrou em vigor em 19 de janeiro, após 15 meses de campanha israelense, com mais de 48 mil mortos, 111 mil feridos e dois milhões de desabrigados.
Israel é réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro de 2024.
Em novembro, Tribunal Penal Internacional (TPI), que julga indivíduos emitiu mandados de prisão contra Netanyahu e seu ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, por crimes de guerra e lesa-humanidade cometidos em Gaza.
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