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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Adeus, Genocide Joe: Redes sociais refletem sobre legado democrata

Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em seu último dia de mandato, durante evento no Museu Internacional Afro-Americano, em Charleston, Carolina do Sul, em 19 de janeiro de 2025 [Peter Zay/Agência Anadolu]

Com a fim da presidência de Joe Biden, nos Estados Unidos, usuários tomaram as redes sociais nesta semana para sumarizar o legado do líder democrata, com foco em uma só coisa: seu papel ativo nos 15 meses de genocídio israelense em Gaza, como denunciam organizações interacionais de direitos humanos, lideranças e acadêmicos.

O último dia de Biden como presidente, em 19 de janeiro, coincidiu com o primeiro dia do acordo de cessar-fogo entre Israel e o movimento palestino Hamas, apressado, conforme relatos, pela posse iminente de Donald Trump. Ambos, Biden e Trump, reivindicaram, no entanto, crédito pelo acordo.

Tudo isso amplificou de fato as críticas à cumplicidade de Biden na campanha de ataques aéreos e incursão por terra de Israel contra Gaza, após a gestão democrata providenciar US$17.9 bilhões em ajuda militar à ocupação desde a deflagração da crise, em 7 outubro de 2023.

Seu apoio inabalável a Israel lhe conferiu um apelido infame, adotado por usuários online e ativistas pró-Palestina: Genocide Joe.

“Tudo que está acontecendo agora com as negociações de cessar-fogo apenas traz mais ainda à luz como Biden poderia ter acabado com o genocídio desde o primeiro dia, caso decidisse exercer pressão adequada e se negasse a enviar bombas e bilhões de dólares a Israel, incondicionalmente”, comentou Omar Suleiman, religioso palestino-americano, na rede social X (Twitter). “Sr. Presidente, seu legado é genocídio”.

Em entrevista concedida à mídia americana, como retrospectiva dos últimos quatro anos, Biden comentou sobre sua primeira conversa com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, após a operação transfronteiriça dos grupos palestinos de Gaza, em outubro de 2023, na qual alegou alertá-lo: “Não dá para bombardear as comunidades inteiras”. De acordo com a versão de Biden, Netanyahu devolveu a acusação, ao notar que os Estados Unidos adotaram a prática durante a Segunda Guerra Mundial.

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Muitos reagiram à derradeira entrevista de Biden ao indicar que sua declaração apontou à ciência do presidente de que estava financiando o que seria denunciado, em breve, como crime de guerra e lesa-humanidade.

Um sentimento comum que ecoou online é que o legado de Biden é tão infame quando o legado do ex-presidente republicano George W. Bush, cuja guerra no Iraque causou cerca de um milhão de mortes.

“O legado da política externa da gestão Biden provavelmente entrará para a história como um dos piores em décadas, competindo com George W. Bush, ao tornar o mundo mais e mais perigoso, seja para os interesses americanos ou seus ditos valores”, observou outro usuário nas redes sociais.

Embora a maior parte das postagens online se concentrem na cumplicidade de Biden aos crimes em Gaza, outros buscaram defendê-lo ao indicar triunfos domésticas, no controle do covid-19 e na redução das taxas de desemprego.

Uma mesma postagem circulou inúmeras vezes na rede social X (Twitter), nos últimos 15 meses: a última mensagem do poeta e acadêmico palestino Refaat Alareer, pouco antes de ser morto por um ataque israelense.

“Espero que o fantasma de cada palestino que o sr. matou, com claro contentamento, o assombre pelo resto de sua vida e o acompanhe para dentro do túmulo”, destacou Sana Saeed, jornalista, nas redes sociais.

“Blinken e Biden, Açougueiros da Palestina — não há outro legado senão esse para os srs. e toda a sua administração”.

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Este artigo foi publicado originalmente em inglês pela rede Middle East Eye, em 17 de janeiro de 2025

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Palestina: quatro mil anos de história
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