O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse na segunda-feira (27) ter planos para convidar o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, a visitar Washington, diante do cessar-fogo em Gaza e apesar de um mandado de prisão internacional contra o premiê.
As informações são da agência de notícias Reuters.
Ao conversar com jornalistas a bordo da Força Aérea Um, Trump se recusou a conceder uma data à suposta visita, mas prometeu realizá-la “muito em breve”.
O eventual encontro deve coincidir com o frágil cessar-fogo de seis semanas em Gaza, que deu fim — ao menos por ora — ao genocídio israelense no enclave sitiado, com 47 mil mortos, 111 mil feridos e dois milhões de desabrigados.
Trump também alegou que pretende convencer o presidente do Egito, Abdel Fattah el-Sisi, a receber palestinos de Gaza, ao sugerir a “limpeza” do território.
No sábado (25), segundo relatos, Trump emitiu a sugestão ao rei da Jordânia, Abdullah II; contudo, sem anuência até o momento.
O grupo palestino Hamas, que administra Gaza, também rechaçou a proposta, além da Autoridade Palestina do presidente Mahmoud Abbas, radicada na Cisjordânia.
Sob os termos do cessar-fogo, em vigor desde 19 de janeiro, mediado por Catar, Egito e Estados Unidos, será realizada troca de prisioneiros escalonada dentre Israel e Hamas, com sete israelenses e 290 palestinos libertados até então.
Palestinos deslocados à força pelas violações de Israel começaram a retornar ao norte de Gaza, incluindo a Cidade de Gaza, nesta semana.
As violações em Gaza, nos últimos 15 meses, levaram o Estado israelense ao banco dos réus do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), com sede em Haia.
Em novembro último, o Tribunal Penal Internacional (TPI), corte-irmã também em Haia, emitiu mandados de prisão contra Netanyahu e o ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, tornados foragidos em 123 países, signatários do Estatuto de Roma.
Estados Unidos e Israel não reconhecem o tratado da corte internacional.
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