A jornalista palestina Nagham al-Zayt sofreu ferimentos de disparos israelenses nesta quarta-feira (29), enquanto cobria a invasão do exército da ocupação em Tulkarm, no noroeste da Cisjordânia.
Sohaib Abu Dayyak — também jornalista, que estava com al-Zayt e outros colegas —confirmou que soldados dispararam munição real diretamente contra as equipes de imprensa, perto da junção de al-Shahed, no leste da cidade.
Al-Zayt foi ferida em seu braço direito por um estilhaço e recebeu cuidados em um centro médico do Crescente Vermelho em Tulkarm.
Tropas israelenses seguiram a obstruir o acesso da imprensa à cidade e ao campo de refugiados em meio à incursão militar. Repórteres foram abordados, sob disparos de bombas de efeito moral na área oeste, leste e no acesso norte do campo.
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Em resposta à escalada, que sucedeu ataques à cidade de Jenin, o governador de Tulkarm, Abdullah Kamil, anunciou a abertura de diversos centros assistenciais de emergência para famílias deslocadas à força pela agressão colonial.
Israel lançou sua Operação Muro de Ferro, a partir de Jenin em 21 de janeiro, dois dias após entrar em vigor um cessar-fogo em Gaza.
Tensões permanecem altas nos territórios ocupados após 15 meses de genocídio em Gaza, com mais de 48 mil mortos, 110 mil feridos e dois milhões de desabrigados. Na Cisjordânia, são 870 mortos, 6.700 feridos e 11 presos arbitrariamente.
Em janeiro de 2024, o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), em Haia, indiciou Israel por genocídio em Gaza, sob denúncia sul-africana registrada em dezembro.
Em julho, a mesma corte determinou a ilegalidade da ocupação na Cisjordânia, ao instar evacuação imediata de colonos e soldados. Em setembro, a decisão da corte evoluiu a resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas, com prazo de um ano para ser implementada.
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