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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

‘Jenin não será a mesma’, diz ministro israelense sobre ataques na Cisjordânia

Equipes de saúde resgatam feridos dos ataques israelenses a Jenin, na Cisjordânia ocupada, em 29 de janeiro de 2025 [Issam Rimawi/Agência Anadolu]

O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, voltou a dizer nesta quinta-feira (30) que as forças da ocupação manterão presença no campo de refugiados de Jenin, no norte da Cisjordânia, após a operação militar em curso há cerca de dez dias.

“O campo não voltará a ser o que era antes”, alegou Katz em vídeo gravado na cidade de Jenin. “Mesmo se encerrarmos essa operação, forças israelenses continuarão aqui para garantir que o terrorismo [sic] não volte”.

Katz, no entanto, não especificou um cronograma ou plano para dar fim às ações.

O ministro acusou a gestão colaboracionista da Autoridade Palestina de financiar o que descreveu como “assassinato de judeus”, em referência a colonos ilegais supremacistas eventualmente alvejados por reações de resistência orgânica.

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Ao menos 16 palestinos foram mortos e outros 50 ficaram feridos nos ataques ao campo de Jenin desde 21 de janeiro.

A escalada na Cisjordânia coincide com um acordo de troca de prisioneiros e cessar-fogo em Gaza, em vigor desde 19 de janeiro, após 15 meses de genocídio israelense contra o enclave, com 48 mil mortos e 111 mil feridos.

De acordo com analistas, os pogroms em Jenin, conduzidos pelo exército, servem em parte para abrandar os humores do ministro das Finanças e militante colonial, Bezalel Smotrich, que se opôs abertamente ao cessar-fogo em Gaza.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, réu por corrupção em três casos em curso, receia que a trégua culmine no colapso de seu governo, sobretudo após a renúncia do ministro supremacista Itamar Ben-Gvir (Segurança Pública).

As ações israelenses, tanto em Gaza quanto na Cisjordânia, constituem crime de punição coletiva, transferência compulsória e limpeza étnica, conforme o direito internacional.

Em Gaza, as violações de Israel deixaram mais de 48 mil mortos, 110 mil feridos e dois milhões de desabrigados. Na Cisjordânia ocupada, foram ao menos 870 mortos, 6.700 feridos e 11 presos arbitrariamente no mesmo período.

Em janeiro de 2024, o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), em Haia, indiciou Israel por genocídio em Gaza, sob denúncia sul-africana registrada em dezembro.

Em julho, a mesma corte admitiu a ilegalidade da ocupação na Cisjordânia, ao solicitar evacuação imediata de colonos e soldados. Em setembro, a decisão da corte evoluiu a resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas, deferida por maioria absoluta, com prazo de um ano para ser implementada.

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