O novo presidente do Comitê de Assuntos Exteriores da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Brian Mast, deputado republicano da Flórida, ordenou oficiais e funcionários do órgão a adotar o termo colonial hebraico “Judeia e Samaria” para se referir à Cisjordânia ocupada, reportou a agência de notícias Anadolu.
A diretiva, encaminhada a 50 funcionários republicanos, insiste que a comissão deve usar o termo — associado ao supremacismo colonial judaico e ao fundamentalismo evangélico — em suas correspondências formais.
A rede Axios corroborou nesta quarta-feira (26) a circulação do memorando, através de uma fonte interna.
Segundo os relatos, escreveu Mast: “Em reconhecimento de nosso vínculo inviolável com Israel e o direito inerente do povo judeu a sua terra ancestral [sic], o Comitê de Assuntos Exteriores da Câmara tratará, a partir de agora, a Cisjordânia como Judeia e Samaria, em sua correspondência, comunicação e documentação oficial”.
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Em fevereiro, parlamento israelense (Knesset) avançou em uma moção de natureza colonial para renomear a Cisjordânia como “Judeia e Samaria” — ao parecer ecoar a onda trumpista de renomeação de lugares geográficas estrangeiras, como o Golfo do México rebatizado de “Golfo da América” por Donald Trump.
Ativistas alertam que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu — foragido em 120 países sob mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, por crimes de guerra e contra humanidade em Gaza — busca acelerar esforços para anexar ilegalmente a Cisjordânia.
A Cisjordânia — território designado para um futuro Estado palestino — permanece sob ocupação desde 1967, cuja ilegalidade é reconhecida pelo Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), também em Haia, além da Assembleia Geral das Nações Unidas, que deferiu por maioria absoluta uma resolução em setembro pela evacuação de colonos e soldados, com prazo de um ano para ser implementada.