O ministro das Relações Exteriores turco Hakan Fidan disse que o presidente dos EUA Donald Trump deve ser convencido a retirar as tropas americanas da Síria, acrescentando que seria econômico para Washington, relata a Anadolu.
O presidente turco Recep Tayyip Erdogan e Trump tiveram uma ligação “altamente positiva”, mostrando o respeito de Trump por Erdogan, o que foi claramente demonstrado durante a conversa, disse Fidan durante um evento iftar com jornalistas em Ancara.
Afirmando que manter a presença de tropas americanas na Síria não está entre as prioridades de Trump, Fidan disse que a presença do PKK na Síria está tentando ser legitimada por meio da questão das prisões do ISIS (Daesh).
Enfatizando que medidas foram tomadas sobre esse assunto, Fidan pediu aos países regionais que lutassem contra o ISIS.
Ele disse que decisões concretas foram tomadas durante uma reunião realizada em Amã com a Jordânia, Iraque, Líbano e Síria.
LEIA: Os objetivos da agressão contínua de Israel contra a Síria
“Ao mesmo tempo, a presença dos militares dos EUA na Síria tem um custo. O público americano começou a questionar os benefícios de manter as tropas dos EUA na Síria. Anteriormente, fatores como Irã, Rússia e o regime de Assad desempenharam um papel na Síria, mas as circunstâncias atuais mudaram”, ele disse ainda.
Fidan disse que o presidente Erdogan destacou as expectativas da Türkiye sobre a luta contra o terrorismo e a importância de suspender as restrições à cooperação em defesa e indústria durante a ligação com Trump, reiterando a importância da paz na Ucrânia.
“A abordagem do presidente Trump foi bastante positiva, e ele, junto com nosso presidente, quer resolver os problemas entre os dois países. Estamos trabalhando com nossos colegas para conseguir isso”, ele disse ainda.
Ao abordar a possível visita do presidente Erdogan aos EUA, Fidan declarou que conduziria o trabalho preparatório no nível de ministros das Relações Exteriores antes da possível visita de Erdogan.
“Nosso presidente vê uma visita aos EUA positivamente, mas ainda não definimos uma data definitiva”, acrescentou.
Sobre o Countering America’s Adversaries Through Sanctions Act (CAATSA), Fidan mencionou que discussões abrangentes ocorreram com o governo Biden sobre o levantamento das sanções.
“Também examinaremos essas questões em detalhes com o novo governo. Claro, há aspectos técnicos a serem discutidos”, disse ele ainda.
Ancara está cautelosa sobre o acordo assinado pelo presidente sírio Ahmad al-Sharaa e Ferhat Abdi Sahin, disse Fidan, acrescentando que o país monitorará de perto o processo no curto prazo.
Os direitos negados aos curdos da Síria sob o regime deposto de Assad devem ser garantidos, incluindo cidadania, direitos culturais e políticos, garantindo igualdade, acrescentou Fidan.
Cinco países se reuniram na Jordânia para estabelecer um centro de operações conjuntas e inteligência contra o ISIS (Daesh), com as equipes técnicas atualmente trabalhando em sua configuração, ele anunciou.
Afirmando que o trabalho da Türkiye a esse respeito está quase concluído, Fidan anunciou que se reuniria com delegações de outros países para estabelecer um mecanismo conjunto.
“Cada país compartilhará seus dados de inteligência e agirá coletivamente para eliminar as ameaças representadas pelo ISIS (Daesh)”, ele disse ainda.
As operações serão conduzidas e as informações serão compartilhadas, disse o ministro.
Fidan disse que os países com os quais a Türkiye está cooperando compartilham uma fronteira com a Síria e destacou a importância de tais esforços para garantir a soberania e a integridade territorial da Síria.
LEIA: Iraque desmente relatos de incursão do Daesh na fronteira com a Síria