O exército de Israel realizou nesta sexta-feira (21) mais um ataque à infraestrutura civil e ao sistema de saúde na Faixa de Gaza, ao detonar explosivos para demolir o chamado Hospital da Amizade Turco-Palestino, na região central do enclave.
A instalação abrangia o único centro de tratamento oncológico remanescente em Gaza. Sem provas, Israel alegou se tratar de “infraestrutura terrorista”.
Vídeos circularam online da demolição controlada — portanto, deliberada —, em lugar de um ataque aéreo. Ambos os casos constituem, porém, crime de guerra.
Tel Aviv dizimou o sistema de saúde de Gaza, com a destruição de dezenas de hospitais.
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Grupos de direitos humanos e peritos das Nações Unidas alertam se tratar de parte das políticas de genocídio adotadas pelo Estado ocupante, a fim de coagir os palestinos de Gaza a deixarem a região.
Mais de 700 palestinos foram mortos e outros 900 feridos desde terça-feira (18), após Israel implodir o cessar-fogo e retomar seus bombardeios.
Panfletos foram disseminados por Gaza via aviões militares israelenses, com promessas declaradas de genocídio: “O mapa-múndi não vai mudar quando Gaza sumir. Ninguém se importa, ninguém está perguntando de vocês”.
Desde outubro de 2023, são cerca de 50 mil palestinos mortos em Gaza, 112 mil feridos e dois milhões de desabrigados.
Em novembro, o Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu mandados de prisão inéditos contra o premiê israelense Benjamin Netanyahu e o ex-ministro da Defesa Yoav Gallant, por crimes de guerra e lesa-humanidade cometidos em Gaza.
O Estado israelense é ainda réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) — ambos em Haia —, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro de 2024.
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