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Ministro da Defesa israelense ordena ocupação de mais áreas em Gaza

22 de março de 2025, às 10h15

Ministro da Defesa israelense, Israel Katz, em Jerusalém ocupada, em 10 de novembro de 2024 [Menahem Kahana/AFP via Getty Images]

Israel Katz, ministro da Defesa de Israel, ordenou nesta sexta-feira (21) que seu exército amplie suas áreas sob ocupação na Faixa de Gaza, mediante expulsão — limpeza étnica — dos residentes palestinos, como parte da retomada do genocídio no enclave a partir desta semana.

As informações são da agência de notícias Anadolu.

Segundo a rádio militar israelense Kan, Katz encomendou maior ocupação do território palestino sob pretexto renovado — porém ilegal — de “proteger” soldados invasores e colonos e colonatos no chamado envelope de Gaza.

“Quanto mais o Hamas se recusar a libertar os reféns, mais terra vai perder, anexada a Israel”, insistiu Katz, ao reconhecer, portanto, dolo em crimes internacionais, incluindo ocupação ilegal de terras e punição coletiva.

Katz prometeu escalar as operações de Gaza “até que todos os reféns sejam liberados”. 

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Pelos últimos 16 meses, o grupo palestino Hamas busca negociar a soltura de colonos e soldados israelenses em sua custódia, via mediação do Catar, Egito e Estados Unidos. O regime israelense, no entanto, nega o que considera uma derrota política.

Nas últimas seis semanas, um acordo de cessar-fogo e troca de prisioneiros comprovou um horizonte à crise via negociações, contudo, violado por Israel.

Na manhã de sexta, o exército israelense lançou uma ofensiva contra as áreas oeste de Beit Lahia, no norte de Gaza, com disparos e artilharia pesada.

Mais de 700 palestinos foram mortos e outros 900 feridos desde terça-feira (18), após Israel implodir o cessar-fogo e retomar os bombardeios.

Panfletos foram disseminados por Gaza via aviões militares israelenses, com promessas declaradas de genocídio: “O mapa-múndi não vai mudar quando Gaza sumir. Ninguém se importa, ninguém está perguntando de vocês”.

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Desde outubro de 2023, são cerca de 50 mil palestinos mortos em Gaza, 112 mil feridos e dois milhões de desabrigados.

Em novembro, o Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu mandados de prisão inéditos contra o premiê israelense Benjamin Netanyahu e o ex-ministro da Defesa Yoav Gallant, por crimes de guerra e lesa-humanidade cometidos em Gaza.

O Estado israelense é ainda réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) — ambos em Haia —, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro de 2024.