Israel Katz, ministro da Defesa de Israel, ordenou nesta sexta-feira (21) que seu exército amplie suas áreas sob ocupação na Faixa de Gaza, mediante expulsão — limpeza étnica — dos residentes palestinos, como parte da retomada do genocídio no enclave a partir desta semana.
As informações são da agência de notícias Anadolu.
Segundo a rádio militar israelense Kan, Katz encomendou maior ocupação do território palestino sob pretexto renovado — porém ilegal — de “proteger” soldados invasores e colonos e colonatos no chamado envelope de Gaza.
“Quanto mais o Hamas se recusar a libertar os reféns, mais terra vai perder, anexada a Israel”, insistiu Katz, ao reconhecer, portanto, dolo em crimes internacionais, incluindo ocupação ilegal de terras e punição coletiva.
Katz prometeu escalar as operações de Gaza “até que todos os reféns sejam liberados”.
LEIA: Israel explode único hospital do câncer da Faixa de Gaza
Pelos últimos 16 meses, o grupo palestino Hamas busca negociar a soltura de colonos e soldados israelenses em sua custódia, via mediação do Catar, Egito e Estados Unidos. O regime israelense, no entanto, nega o que considera uma derrota política.
Nas últimas seis semanas, um acordo de cessar-fogo e troca de prisioneiros comprovou um horizonte à crise via negociações, contudo, violado por Israel.
Na manhã de sexta, o exército israelense lançou uma ofensiva contra as áreas oeste de Beit Lahia, no norte de Gaza, com disparos e artilharia pesada.
Mais de 700 palestinos foram mortos e outros 900 feridos desde terça-feira (18), após Israel implodir o cessar-fogo e retomar os bombardeios.
Panfletos foram disseminados por Gaza via aviões militares israelenses, com promessas declaradas de genocídio: “O mapa-múndi não vai mudar quando Gaza sumir. Ninguém se importa, ninguém está perguntando de vocês”.
LEIA: Israel explode único hospital do câncer da Faixa de Gaza
Desde outubro de 2023, são cerca de 50 mil palestinos mortos em Gaza, 112 mil feridos e dois milhões de desabrigados.
Em novembro, o Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu mandados de prisão inéditos contra o premiê israelense Benjamin Netanyahu e o ex-ministro da Defesa Yoav Gallant, por crimes de guerra e lesa-humanidade cometidos em Gaza.
O Estado israelense é ainda réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) — ambos em Haia —, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro de 2024.