Walid Khalid Abdalla Ahmad, brasileiro-palestino residente em Silwad, na região de Ramallah, foi morto na prisão de Megido, em Israel. Como em vários outros casos de prisão arbitrária, o jovem Walid, de apenas 17 anos, foi preso e conduzido ao inferno de Israel, acusado de agredir soldados.
Filho de brasileiro vivendo na Palestina, ele foi detido em 30 de setembro de 2024 na Palestina ocupada, e levado por forças israelenses à prisão de Megido, em território israelense, conforme a Comissão para Assuntos de Prisioneiros da Autoridade Palestina. Antes, Walid passou pelo centro de integração de Huwwara, até ser transferido para a temida prisão situada no norte de Israel.
Megido ficou conhecida pelas práticas de tortura e uso de métodos cruéis, negligência médica e conivência do regime israelense, já que as denúncias não são julgadas ou seguidas de condenação.
Vídeo de tortura contra prisioneiros palestinos em Megido chega a público – Vídeos de tortura e maus tratos contra prisioneiros palestinos na penitenciária israelense de Megido foram vazados à imprensa local.
O Comitê dos Prisioneiros Palestinos informou que Walid morreu no domingo e as causas não foram explicadas por Israel.
Ao tomar conhecimento da morte, o Ministério das Relações Exteriores (MRE) do Brasil emitiu uma nota e pediu investigação e explicações de Israel. “Em linha com suas obrigações internacionais, o governo israelense deve conduzir investigação célere e independente acerca das causas do falecimento, bem como dar publicidade às suas conclusões”, cobra a nota brasileira. De acordo com o Itamaraty, “o Escritório de Representação do Brasil em Ramala, no Estado da Palestina, está em contato com a família de Walid Khalid Abdalla Ahmad e está prestando a assistência consular cabível”.
Com Walid, sobem para 63 as mortes de prisioneiros palestinos em Israel, onde a prisões aumentaram exponencialmente durante a guerra em Gaza, passando de quase 5 mil para mais de 9400, segundo dados de julho do ano passado. Esse totais aumentaram depois disso, com mais palestinos sendo presos a despeito da troca de prisioneiros na primeira fase do acordo de cessar-fogo. E as marcas de tortura ficaram evidentes nos prisioneiros libertados a partir do acordo com o Hamas.
“O governo brasileiro solidarizou-se com os familiares e amigos de Walid, transmitindo condolências e prometendo “continuará a exigir do governo de Israel as explicações necessárias acerca da morte do menor”. Também conforme o Itamaraty, onze brasileiros residentes na Palestina estão sendo mantidos presos em Israel, a maioria sem acusação ou julgamento, em clara violação ao Direito Internacional.