Um rabino responsável por disseminar desinformação sobre estupros conduzidos pelo grupo palestino Hamas contra mulheres israelenses em 7 de outubro de 2023 foi preso por abusar sexualmente de meninos menores de idade, em Dallas, nos Estados Unidos.
Yizhak Meir Sabo, de 43 anos, foi indiciado por atentado ao pudor e pedofilia, segundo documentos judiciais. Autoridades o prenderam em 1º de abril e determinaram fiança de US$100 mil.
Sabo foi afastado da escola em que trabalhava quando as denúncias vieram à tona, em 27 de março. Segundo os relatos, Sabo costumava abaixar as calças de alunos entre 14 e 17 anos e tocar seus genitais. Além disso, os via tomar banho e enviava “mensagens impróprias”.
Oficiais do colégio caracterizaram as denúncias como “graves e chocantes” e baniram o perpetrador do campus e das atividades relacionadas. Desde a prisão, porém, famílias seguiram em apresentar novas apreensões.
Sabo ajudou a disseminar propaganda de guerra que serviu de alicerce ao genocídio na Faixa de Gaza, ao propagar em sua comunidade alegações de que militantes palestinos haviam cometido “violência sexual em massa” durante sua operação transfronteiriça a Israel em 7 de outubro de 2023.
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As alegações jamais foram corroboradas — assim como outras fake news, como bebês decapitados —, apesar de Israel incumbir uma sessão especial de polícia para tanto. No entanto, foram utilizadas para justificar a campanha militar no território.
No domingo (30), o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, prometeu escalar ainda mais os ataques a Gaza para implementar planos de limpeza étnica e apropriação do território do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Mais de 50.600 palestinos foram mortos em Gaza pelo genocídio israelense, deflagrado em outubro de 2023, sobretudo mulheres e crianças.
Em novembro, o Tribunal Penal Internacional (TPI), sediado em Haia, emitiu mandados de prisão a Netanyahu e o ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, por crimes de guerra e lesa-humanidade cometidos em Gaza.
O Estado israelense é ainda réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), também em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro de 2024.
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