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Após implodir o cessar-fogo, Israel desloca à força 142 mil palestinos de Gaza

5 de abril de 2025, às 12h23

Palestinos deslocados na Cidade de Gaza, em 3 de abril de 2025 [Dawoud Abo Alkas/Agência Anadolu]

A Agência das Nações Unidas para a Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA) advertiu neste sábado (5) para continuidade da catástrofe humanitária após a implosão do cessar-fogo em Gaza, por parte de Israel, no último mês.

As informações são da agência de notícias Anadolu.

Em comunicado divulgado no Dia das Crianças Palestinas, alertou a agência: “O colapso do cessar-fogo causou mais outra onda de deslocamento, ao impactar 142 mil pessoas somente entre 18 e 23 de março”.

“Desde que começou a guerra em Gaza, em torno de 1.9 milhão de pessoas, incluindo milhares de crianças, passaram por sucessivos deslocamentos à força, em uma situação de medo e perda, em meio a bombardeios”, destacou a nota.

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“Jana é uma dessas crianças”, reafirmou, ao indicar dois contatos: em agosto de 2024 e fim de março de 2025. “Ela — e todas as crianças — requerem Cessar-fogo Já!”

Israel retomou os ataques a Gaza em 18 de março, ao implodir o acordo de cessar-fogo, com troca de prisioneiros, e deixar 1.249 mortos e 3.022 feridos desde então.

No domingo (30), o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, prometeu escalar ainda mais os ataques a Gaza para implementar planos de limpeza étnica e apropriação do território do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Mais de 50.600 palestinos foram mortos em Gaza pelo genocídio israelense, deflagrado em outubro de 2023, sobretudo mulheres e crianças.

Em novembro, o Tribunal Penal Internacional (TPI), sediado em Haia, emitiu mandados de prisão a Netanyahu e o ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, por crimes de guerra e lesa-humanidade cometidos em Gaza.

O Estado israelense é ainda réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), também em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro de 20

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