O exército israelense anunciou que enviou seis brigadas adicionais para a Cisjordânia ocupada em preparação para o feriado da Páscoa judaica, que acontece de 12 a 20 de abril, segundo a Agência Anadolu.
O aumento do efetivo militar foi noticiado pelo jornal Yedioth Ahronoth, que afirmou que os reforços visam “aumentar a segurança” em todo o território em meio ao aumento das tensões e preocupações com possíveis ataques.
O exército israelense alegou ter detido 85 palestinos na última semana, classificando-os como “procurados”, e também relatou o confisco de armas. No entanto, os militares não divulgaram os locais específicos de envio das forças recém-chegadas.
Enquanto isso, o Ministério das Relações Exteriores da Palestina alertou que Israel explora os feriados judaicos para aumentar suas atividades de assentamento com o objetivo de anexar o território palestino, sendo a última delas emitida pelo vice-primeiro-ministro, Yariv Levin, que pressionou por planos para impor a soberania de Israel na Cisjordânia.
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O Ministério das Relações Exteriores descreveu os chamados como “uma continuação dos crimes (de Israel) de genocídio, deslocamento e anexação”.
Observou que “vê com grande preocupação a decisão do exército de ocupação de aumentar o envio de tropas para a Cisjordânia sob o pretexto dos feriados”, o que, segundo ele, faz parte das medidas israelenses “para acelerar a anexação gradual da Cisjordânia”.
Antes disso, a emissora pública israelense KAN citou alertas de segurança israelenses sobre potenciais ataques contra israelenses no exterior durante o período de feriados judaicos.
A Páscoa judaica, que comemora o êxodo dos israelitas do Egito durante a época do profeta Moisés, é considerada uma das festas mais importantes do calendário religioso judaico.
A tensão tem sido alta na Cisjordânia desde a guerra israelense em Gaza, matando pelo menos 947 palestinos e ferindo mais de 7.000 desde outubro de 2023, segundo dados palestinos.
Em julho de 2024, o Tribunal Internacional de Justiça declarou ilegal a ocupação de terras palestinas por Israel, que já dura décadas, e exigiu a evacuação de todos os assentamentos existentes na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.
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